Claro que é uma avaliação crítica, do crítico, com tudo o que ela representa.
Embora Liev Tolstói fosse o primeiro a rejeitar a mitomania dos grandes nomes, aqueles que se teme até pronunciar, não há como negar que seu nome se tornou um mito, uma espécie de tabu.
Como pronunciar o nome de Tolstói em vão? Seria quase uma iconoclastia. Quem diz "Tolstói" subentende genialidade. Como falar, portanto, de uma obra do autor que pode ser considerada "menor"? É o caso do livro "Minha Religião".
Talvez um bom caminho para essa encruzilhada crítica seja reconhecer que não se trata exatamente de literatura, mas de uma profissão de fé, um ensaio filosófico-teológico, uma declaração de credo, um acerto de contas com a própria biografia e com o mundo.
"Minha Religião" foi escrito em 1887, cerca de 10 anos após "Anna Karienina" e 20 após "Guerra e Paz", livros que, depois da conversão total do autor ao anarcocristianismo, foram rejeitados por ele mesmo como literatura feita e consumida pelas elites. Tolstói, que chegou a se corresponder com Mahatma Gandhi e a influenciá-lo em sua revolução pacifista, começou, a partir da década de 1880, a dedicar seu tempo e engenho à causa de uma "rebeldia da não resistência", que lembra o "homem absurdo", de Marcel Camus.
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