segunda-feira

Arte revolucionária requer forma revolucionária

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“Na ditadura, tínhamos Chico Buarque. Na Primavera Árabe, há Tamim Al-Barghouti. E agora, onde estão os artistas? Estamos limitados a Latino?” Esta foi uma das perguntas feitas pelo público na tarde deste domingo (7), durante a mesa Literatura e Revolução, que reuniu Vladimir Safatle, Milton Hatoum e Mamede Jarouche. Dirigida a Vladimir Safatle, a questão se referia à música O Gigante, lançada pelo cantor de Festa no Apê, e serviu de base a um comentário do filósofo sobre o financiamento da cultura no país.
“Existe uma consciência cada vez mais clara de vários setores da produção intelectual brasileira de que os últimos anos foram estranhos, e é importante ter consciência dessas questões”, disse Safatle. “Há uma dificuldade para criar uma dinâmica interna em que uma obra remeta a outra, exerça influência. Comparando nosso cinema com o latino-americano, existe uma defasagem. Temos grandes escritores, mas não uma dinâmica de grupo. Essa é uma questão muito específica do Brasil”.
Uma das razões para esse problema, de acordo com Safatle, está no fato de que grandes decisões que afetam o meio cultural são tomadas por diretores de marketing de grandes empresas. “Isso vai impondo certo modelo de difusão, de veiculação, adequado aos interesses corporativos de certas empresas, e é claro que isso tem um impacto. Há 5.000 saraus em São Paulo do qual sequer sabemos porque, do ponto de vista financeiro, não têm o menor interesse. É preciso escapar desse modelo para que a cultura brasileira seja novamente ouvida como merece ser ouvida.”
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2 comentários:

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