Fazer
crônica parece simples, não? E é!
É como conversar, contar histórias/estórias vistas,
ouvidas por aí, notadamente em nossas andanças pelas ruas, pela cidade, pelos
cantos onde as pessoas estão sendo, fazendo e contado coisas.
Embora sem querer implicar e já implicando, em tempos
de reinado absoluto dos smartsfones,
se você é da turma, não vai ter a oportunidade de olhar/observar o cotidiano em
volta e assim poder “contar” depois.
Já que ela é um típico produto da atenção, do olhar.
Veja o que diz o Machado sobre a arte de cronicar.
Como fazer crônicas, segundo Machado de Assis
A crônica é um gênero
que transita entre o literário e o jornalismo, que surgiu em fins do século
XVIII, embora há quem considere a própria Carta de Achamento do Brasil,
de Pero Vaz de Caminha, como um exemplo de crônica.
Machado de Assis é um de seus maiores expoentes, cujas crônicas, ainda hoje, refletem muito do nosso cotidiano, não como cenário, mas, como comportamento urbano. Neste excerto da crônica: O ofício do cronista, ele dá as dicas necessárias para quem pretende se aventurar.
(...) Que ele há de levar umas férias para nós outros, beneditinos da história mínima e cavouqueiros da expressão oportuna. Vivemos seis dias a espreitar os sucessos da rua, a ouvir e palpar o sentimento da cidade, para os denunciar, aplaudir ou patear, conforme o nosso humor ou a nossa opinião, e quando nos sentarmos a escrever estas folhas volantes, não o fazemos sem a certeza (ou a esperança!) de que há muitos olhos em cima de nós. Cumpre ter idéias, em primeiro lugar; em segundo lugar expô-las com acerto; vesti-las, ordená-las, e apresentá-las à expectação pública. A observação há de ser exata, a facécia pertinente e leve; uns tons mais carrancudos, de longe em longe, uma mistura de Geronte e de Scapin, um guisado de moral doméstica e solturas da Rua do Ouvidor.
Machado de Assis. "Crônicas Escolhidas". São Paulo: Editora Ática, 1994
Machado de Assis é um de seus maiores expoentes, cujas crônicas, ainda hoje, refletem muito do nosso cotidiano, não como cenário, mas, como comportamento urbano. Neste excerto da crônica: O ofício do cronista, ele dá as dicas necessárias para quem pretende se aventurar.
(...) Que ele há de levar umas férias para nós outros, beneditinos da história mínima e cavouqueiros da expressão oportuna. Vivemos seis dias a espreitar os sucessos da rua, a ouvir e palpar o sentimento da cidade, para os denunciar, aplaudir ou patear, conforme o nosso humor ou a nossa opinião, e quando nos sentarmos a escrever estas folhas volantes, não o fazemos sem a certeza (ou a esperança!) de que há muitos olhos em cima de nós. Cumpre ter idéias, em primeiro lugar; em segundo lugar expô-las com acerto; vesti-las, ordená-las, e apresentá-las à expectação pública. A observação há de ser exata, a facécia pertinente e leve; uns tons mais carrancudos, de longe em longe, uma mistura de Geronte e de Scapin, um guisado de moral doméstica e solturas da Rua do Ouvidor.
Machado de Assis. "Crônicas Escolhidas". São Paulo: Editora Ática, 1994
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