Foi uma investida feita por um cachalote
enfurecido, no início do século 19, contra um navio baleeiro no meio do
Pacífico. O cetáceo, de 26 metros, trombou violentamente duas vezes com a
embarcação, apenas 1 metro maior do que o animal, até afundá-la de vez. Os
marinheiros conseguiram escapar ao ataque, mas, após meses à deriva no mar,
poucos sobreviveram - e isso após fazerem coisas inimagináveis para não morrer.
Essa história acabou inspirando o escritor americano Herman Melville
(1819-1891) a escrever um dos clássicos da literatura, Moby Dick. Se na edição
anterior da ME você ficou sabendo como um baleeiro mata suas vítimas, veja
agora como foi essa eletrizante vingança da caça!
Cetáceo vingador
Animal não deixou barato e afundou baleeiro que
queria fisgá-lo
1. O baleeiro Essex deixou o porto de Nantucket, na
costa de Massachusetts (EUA), em 1819, para uma expedição de caça no Pacífico
Sul. Com 27 metros de comprimento e 238 toneladas, era liderado pelo capitão
George Pollard Jr., de 28 anos, e levava a bordo outros 20 marujos.
2. Em novembro de 1820, um ano após a partida, os
marinheiros avistaram um grupo de baleias e já foram lançando seus arpões.
Entre elas, estava um enorme cachalote de, estima-se, 26 metros e 80 toneladas.
Com a cabeça cheia de cicatrizes, ele parecia não temer os caçadores.
3. E não temia mesmo. Subitamente, o cetáceo
vingador, que estava a 100 metros, sacudiu a cauda e nadou na direção do Essex,
atingindo-o brutalmente na lateral. O barco balançou como se tivesse batido
numa rocha, derrubando todos no chão.
4. Após o primeiro choque, o cachalote enfurecido
se distanciou uns 600 metros e mirou a embarcação de novo, espancando a água
com a cauda. O animal então partiu como um míssil na direção do barco e deu o
baque fatal. O Essex rachou e começou a afundar. A baleia desvencilhou-se das
tábuas estraçalhadas e nadou para longe, sem nunca mais ser vista.
5. Apavorados, os 21 homens embarcaram em três
botes levando 65 galões de água e 100 quilos de biscoitos. Um mês depois,
chegaram a uma ilha deserta, mas, pensando que não durariam muito ali, partiram
em dois botes para tentar chegar à América do Sul. Três homens decidiram ficar.
6. Os botes logo se perderam um do outro. No barco
do capitão Pollard, os homens já padeciam de diarreia, desmaios e feridas por
causa da dieta ruim. Sem água, eles passaram a beber o próprio xixi. Então, os
mais fracos começaram a morrer. Os primeiros corpos foram jogados no mar,
conforme a tradição naval.
7. Porém, quando o rango acabou de vez, os
náufragos se desesperaram. Para não morrer de fome, decidiram praticar
canibalismo, se alimentando dos próprios companheiros mortos. Primeiro,
cortavam a cabeça e, em seguida, devoravam o coração e o fígado.
8. Algumas semanas se passaram e, como não houve
mais baixas, os desesperados resolveram tomar uma decisão ainda mais extrema:
tirar na sorte quem seria sacrificado para alimentar o grupo. O carrasco
executor também foi sorteado.
9. Finalmente, 95 dias após o ataque do cachalote,
o bote do capitão Pollard foi resgatado por um barco. A essa altura, de tão
desorientados, ele e o outro sobrevivente nem notaram a aproximação da
embarcação salvadora - estavam roendo os ossos de um colega morto.
• Dos 21 marujos, só oito sobreviveram: dois do
bote do capitão, três do outro bote e três salvos da ilha. Dos 13 mortos, sete
foram devorados pelos companheiros.
• A força do impacto da baleia foi tão grande que
equivaleria ao baque de um carro de 1 tonelada a 100 km/h!
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