quinta-feira

Escritora argentina ganha o Prêmio Hans Christan Andersan de literatura infantil


Em sua 29ª edição, já foi recebido pelas brasileiras Lygia Bojunga Nunes (1982) e Ana Maria Machado (2000), e é atribuido pela 3ª vez a um autor latino-americano, a argentina Maria Teresa Andruetto. É o mais importante prêmio literário infanto-juvenil, considerado o pequeno Nobel de Literatura. É concedido pela International Board on Books for Young People (filiada à UNESCO) para escritores e ilustradores (categorias) vivos. 
 
Entretanto existe um 2º premio Hans Christan Andersen de literatura oferecido pela cidade de Odense, a cidade natal do escritor, que em sua primeira edição, 2007, premiou o escritor brasileiro Paulo Coelho, a escocesa J.H. Howling, da série Harry Potter, em 2010 e, em sua 3ª edição, 2012, premiou a escritora chilena Isabel Allende.

Na entrevista abaixo a Maria Teresa Andruetto fala sobre sua obra, a leitura e literatura infantil na América Latina.

(…) “O intercâmbio entre nossos países não ocorre de forma fluída, pois muitas vezes as próprias editoras impedem a circulação de livros, fazendo com que os autores não sejam lidos em países vizinhos.” (…)

CF: Como a senhora vê o intercâmbio de livros e autores na América Latina? Os leitores têm acesso à produção contemporânea dos países vizinhos?

MTA: O intercâmbio entre nossos países não ocorre de forma fluida, realmente, pois muitas vezes as próprias editoras impedem a circulação de livros, fazendo com que os autores não sejam lidos em países vizinhos ou o sejam apenas se forem antes reconhecidos em países centrais. É preciso fazer tudo o que estiver ao nosso alcance no campo da literatura para acabar com esse modelo de comportamento cultural e editorial. De minha parte, lamento que a literatura brasileira seja tão pouco traduzida na Argentina. 
 
Segundo dados do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe, 45% dos argentinos se dizem não leitores, uma cifra similar à brasileira, que é de 50%. O que pode explicar esse aparente desinteresse dos latino-americanos?

MTA: A formação de leitores como um todo tem a ver com questões econômicas, de circulação e de acesso aos livros, da presença do livro enquanto objeto na vida cotidiana, e tem a ver, sobretudo, com a presença de bons livros e bons mediadores de leitura nas escolas, que é o lugar onde a brecha entre leitores e não leitores (reflexo de outras brechas sociais) pode ser minimizada. Daí a necessidade de formação de professores leitores que possam contribuir para a formação de novos leitores e também de acervos de qualidade. São os dois pilares da construção de leitores novos e mais assíduos.


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