Se gostou do “Senhor dos Anéis”
e, agora, de “O Hobbit” – livro e/ou filme – vai gostar de
ler este ensaio abaixo, pois, ajuda a situar “as coisas” e amplia
um pouco a percepção do universo do autor, o J.R.R. Tolkien.
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE "CIÊNCIA E SAÚDE"
EDITOR DE "CIÊNCIA E SAÚDE"
Não se trata de tarefa das mais simples, admito. Alguns dos críticos mais respeitados do século 20 tiveram a oportunidade de resenhar a Saga do Anel quando seus três volumes foram publicados originalmente, entre 1954 e 1955, e não foram lá muito gentis.
O americano Edmund Wilson (1895-1972), por exemplo, escreveu que a popularidade daquela "porcaria ininteligível" se devia ao fato de que "certas pessoas, especialmente na Grã-Bretanha, talvez, possuem um apetite por lixo juvenil que dura a vida toda".
O escritor J.R.R. Tolkien,
autor de
'O Senhor dos Anéis'
e de 'O Hobbit'
|
Ironicamente, poucos anos após a declaração de Toynbee, uma edição pirata de "O Senhor dos Anéis" caiu nas graças dos adeptos da contracultura nos EUA, fazendo a obra virar o fenômeno de massa que continua sendo até hoje.
Mais recentemente, a crítica feminista australiana Germaine Greer, ao comentar as enquetes que elegeram Tolkien como "autor do século", disse que o resultado era "um pesadelo" e que a obra tolkieniana não passava de "fuga da realidade".
Em meio a esse coro, poucas vozes de peso se levantam a favor de Tolkien. A principal talvez seja a do poeta W.H. Auden (1907-73), que se apaixonou pelo épico medieval "Beowulf" ao ouvir Tolkien recitá-lo no original em inglês antigo quando estudava em Oxford. Para Auden, "O Senhor dos Anéis" merecia o status de obra-prima.
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